Esta é a história de Leopold, o
historiador, e Helke, a poetisa. Eles, por muitos anos, viveram um bom
relacionamento amoroso. Porém, algo de estranho vem acontecendo com as atitudes
de Helke, até que, então, chega o momento que Leopold já sabia que chegaria.
(Helke) Leopold, tenho que lhe contar algo que está
acontecendo.
(Leopold) Pois conte-me, então.
(Helke) Estou tendo um caso com Georg, o filósofo.
(Leopold) Pelas
barbas de Karl Marx! Como você pode estar fazendo isso comigo?
(Helke) Na verdade, este acontecimento é, como
explica o seu tão estudado Braudel, fruto de coisas que já acontecem a nível de
conjuntura neste nosso relacionamento. Com o passar destes anos meu amor por
você se foi sem que eu percebesse.
(Leopold) Se
você fizesse um gráfico eu entenderia melhor.
(Helke) Está
vendo só?! Você me irrita com esse papo de ser um historiador que se prende
tanto à Escola dos Annales. O Georg, pelo menos, é marxista e entende que a
história se faz por uma dinâmica de dialética, assim como o próprio historicismo
sofreu suas "brigas". Num momento era considerado um só com a
literatura, noutro não era mais, e mais recentemente, com o Pós-modernismo, se
confunde novamente com teorias e mitos da literatura.
(Leopold) Mas
a filosofia de Hegel está fora de questão aqui, afinal, ele era muito idealista
ao meu ver. Creio que agora nosso relacionamento amoroso está mesmo acabado,
seguirei o que diz Fourier e embarcarei numa procura por outros relacionamentos
para assim ter uma vida sem rotinas amorosas, em que terei mais prazer. Agora
você é somente parte da minha história.
(Helke) Farei
uma poesia contando a nossa história!
(Leopold) Você
nunca mais me verá, vou fugir prum falanstério conhecer 1799 novas pessoas.
Acredite se quiser, o texto acima me rendeu um 10 na disciplina de História Econômica Geral e do Brasil da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
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